Como falei anteriormente, em uma inauguração de uma loja de discos usados eu comprei o LP Abigail de King Diamond junto ao Paranoid do Black Sabbath, British Steel do Judas Priest e Don’t Break The Oath do Mercyful Fate. De início este álbum não me chamou muito a atenção por alguns motivos. Musicalmente, ele era muito parecido com o Mercyful Fate, que eu também acabara de conhecer e ainda estava me adaptando aos vocais de King, isso porque, dos cinco integrantes da banda, três eram oriundos do grupo anterior. Contudo, como eu já conhecia o trabalho da banda Death, fiquei bem curioso para ouvir as guitarras de Andy LaRoque, que gravara os solos na banda de Chuck Schuldiner no álbum Individual Through Patterns.
Mas não era apenas o guitarrista que chamou a minha atenção, pois na banda solo de King Diamond também estava o baterista do Motorhead, Mickey Dee, ou seja, eram três quintos do Mercyful Fate turbinados de dois integrantes tidos como muito competentes em seus respectivos instrumentos. Porém, ouvindo pela primeira vez o álbum, ele soou mais leve e artificial se comparado ao também por mim ainda incompreendido Don’t Break The Oath. Em termos de letras, se o citado disco da banda anterior de King Diamond focava no satanismo direto e simples já conhecido de bandas como Venom, Deicide, Morbid Angel e afins, em sua carreira solo ele priorizou contos de horror onde interpreta diversos personagens da história com suas variações de timbres vocálicos. Até por isso Abigail se torna um pouco pretencioso demais para o meu gosto da época.
Por ser um tanto teatral, Abigail soa mais como um hard rock melodioso do que um heavy metal tradicional, exceção feita a The Family Ghost e outras duas faixas um pouco mais parecidas com Mercyful Fate. Entretanto, após compreender as letras e me acostumar com os timbres foi natural que o LP tenha ficado mais palatável ao meu gosto musical da época. Não chega a ser um álbum irregular ou medíocre, mas não me impactou da mesma forma que Don’t Break The Oath depois que me familiarizei com o conceito da banda. Por mais que ambos os trabalhos tenham King Diamond como vocalista e principal compositor, os projetos soam diferentes e creio que a ideia do protagonista era realmente fugir um pouco de sua antiga sonoridade, o que seria impossível por conta de sua forma de cantar e por trazer consigo dois integrantes de seu grupo anterior.
Agora, se eu for comparar com os outros trabalhos solos de King Diamond, Abigail cresce de importância, pois os elementos básicos já estão postos de forma clara neste segundo disco, já que o anterior fora um pouco confuso e soa como uma continuação do Mercyful Fate mesmo tendo boas músicas. Abigail dá um passo em outra direção na carreira de King, sendo que os álbuns seguintes como Conspiracy e The Eye confirmam isso. Já no período em que conheci as duas bandas, King Diamond havia lançado alguns álbuns com sua banda solo e voltara ao Mercyful Fate com o álbum In The Shadows. Ao longo da década de 1990, as duas bandas estiveram bem ativas lançando trabalhos inéditos e participando de festivais importantes ao redor do mundo.
Em dado momento encontrei um CD em um sebo (loja de discos e livros usados), que continha um show da banda gravado na turnê do próprio disco Abigail. Alguns anos depois, eu pude assistir ao vídeo deste show ainda em VHS. Portanto, minha opinião sobre este álbum em particular foi mudando com o tempo, pois é um estilo um tanto quanto diferenciado de heavy metal. Ainda mais que nesta época eu estava mais interessado em bandas de death e black metal por causa dos projetos em que estava envolvido e ouvir pela primeira vez uma banda da leva do NWOTBHM, mesmo que não fosse inglesa, foi um tanto quanto fora de contexto, mas valeu muito a pena.
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