Contagem regressiva para extinção. Talvez o título mais apropriado para este trabalho que considero o melhor do Megadeth, que é uma das minhas cinco bandas favoritas ao lado de Metallica, Pantera e outras duas. Não que eu tenha críticas ao ótimo Rust In Peace, muito pelo contrário, mas quando o nome Megadeth é citado instintivamente me vem à mente três faixas: Symphony of Destruction, Foreclosure of A Dream e Skin O’ My Teeth. Isso porque, na época em que o álbum foi lançado, eu estava naquela fase eufórica por conhecer bandas e, por imbecilidade, ignorava a banda de Dave Mustaine por conta da richa com o Metallica. Porém, pedi a um amigo que gravasse o álbum Master of Puppets em uma fita K7. Por provocação, ele gravou estas três faixas do Megadeth no espaço que sobrou. Em paralelo, os vídeos das duas primeiras começaram a bombar na MTV. Não demorou para que eu admitisse que a banda é excelente.
Entretanto, por mais que Dave Mustaine, Marty Friedman, Dave Ellefson e Nick Menza tenham conseguido chegar muito próximo ao que o Metallica tinha feito com o álbum homônimo de 1991 em termos de qualidade sonora, era óbvio que não seria viável superá-lo em termos de vendas. Isso frustrou o líder do Megadeth, que volta e meia era internado em clínicas de reabilitação por conta de seus vícios em drogas. Até aquele momento, a banda já havia passado por três mudanças de formação e a instabilidade de Dave não deixava que ele enxergasse o quanto sua banda era bem-sucedida, pois a referência era muito alta. A constante busca por superar sua ex-banda era uma “Tarefa de Sísifo” que afundava Mustaine em frustração e nos seus vícios.
Mas Countdown to Extinction não pode ser compreendido em toda sua dimensão se for tirado do contexto de sua época. Por mais que o conjunto de músicas apresentado seja equilibrado, bem tocado e maduro em termos líricos, ele não apresenta o thrash metal sujo e veloz de Rust In Peace, até porque aquele álbum pode ser considerado o “canto do cisne” daquele tipo de música. Não podemos esquecer que as bandas de Seattle estavam em alta e o heavy metal estava em crise com Bruce Dickinson e Rob Halford deixando suas respectivas bandas para tentarem se atualizar musicalmente buscando se adaptarem ao rock dos anos 1990.
A lição que fica dessa pequena narrativa – e que considero o mais importante – é que muitas vezes dar o seu máximo ao fazer algo buscando superar terceiros e não a si mesmo é um erro que pode ser fatal. Para Dave Mustaine e o Megadeth, a rivalidade com aquela que chegou a ser considerada a “maior banda de rock do mundo” quando ela atingiu seu auge foi o álibi perfeito para justificar seus vícios e fraquezas. Nunca considerei nenhuma formação do Metallica superior em qualidade ao Megadeth, mas que a banda de James e Lars sempre esteve um passo à frente de Mustaine, isso é inegável. Quando o Metallica fraquejou no início dos anos 2000, dando a oportunidade perfeita para ser superada, Dave Mustaine já não tinha mais pique para fazer isso.
Três décadas depois, as duas bandas ainda estão na ativa, lançando álbuns, fazendo turnês e colhendo os frutos daquilo que plantaram lá atrás. O Metallica estável, lançando um trabalho a cada quatro ou cinco anos e o Megadeth com uma discografia muito mais extensa, mas que diminuíra seu ritmo devido ao desgaste proporcionado pelo tempo. Assim, posso dizer com certo orgulho que assisti a dois shows do Megadeth e o que vi foi uma banda muito competente, com um repertório recheado de clássicos executados com maestria pelos veteranos que ali estavam.
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