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Foto do escritorKako Ramos

Uma vida em preto & branco

Atualizado: 11 de abr.


preto & branco

Quem acompanha o meu trabalho com um pouco mais de atenção deve conhecer o single Preto & Branco (caso não conheça, clique aqui). Composto por apenas duas músicas, “Guerra” e “Mãos Nuas”, este lançamento de 2018 é a versão reduzida de um álbum que teria outras seis faixas, mas que teve sua produção interrompida por alguns motivos que detalharei ao longo do texto. Mas antes, acho conveniente destacar que esta postagem pode ser considerada uma continuação de “Em uma noite de sábado qualquer...” (leia aqui), que conta como foi que acabei me apaixonando por música. Nesta que você lê agora, a narrativa é sobre o mesmo personagem, mas agora passando pela crise de meia idade.

Como já havia comentado em outras postagens, por muito tempo eu tive acesso apenas a aparelhos de televisão com imagens em preto e branco e som mono. Talvez por isso, quando eu estava sonhando logo percebia que aquilo não era realidade porque tudo estava sem cores. O curioso é que esta perspectiva visual sempre esteve presente em minha vida. Quando tocava black metal, devido a estética oriunda das bandas norueguesas que pertenciam a este estilo, era normal fazer as artes sem cores e de forma rudimentar. A própria capa do álbum Metallica tem esse padrão estético de certa forma. Isso influenciou demais o meu trabalho, e como o projeto em que estava trabalhando é autobiográfico, a primeira ação foi batizá-lo de “Preto & Branco”. Entretanto, talvez por instinto artístico, eu passei a ver a minha vida desta forma.

E o que seria viver uma vida em preto & branco? No meu caso, foi chegar à “crise de meia-idade” após metade de uma década lutando contra a depressão e trabalhando com aquilo que realmente amo fazer (música), apenas nos finais de semana, feriados e períodos de férias, dividindo este tempo com a família, os afazeres da casa, estudos e outras coisas que não estavam relacionadas ao meu trabalho das 08:00 às 17:00 de segunda à sexta-feira. Não que meu emprego fosse ruim ou indigno - ressalto que sou grato por ele ter bancado financeiramente a mim e a minha família por uma década e meia – mas serviços burocráticos realmente nunca foram minha paixão, eram apenas mais tranquilos se comparados à pavimentação, marcenaria, instalação de internet, atendimento em call center, metalúrgica e depósito, que foram algumas ocupações que tive antes. O fato é que esse é o tipo de vida em preto & branco, passar a maior parte do tempo de forma burocrática para ter um salário e esperando o final de semana para “realmente” viver.

O projeto musical em si parou nas duas músicas citadas porque eu não consegui administrar meu tempo e nem meus recursos para ir além. Faltou apenas gravar as versões definitivas das outras seis faixas que incluem “Alvorecer”, “Ruas à Noite”, “Teia da Aranha”, “Batismo”, que já toquei ao vivo em lives e usei trechos como trilha de algumas postagens. Fora isso, problemas com os instrumentos, equipamentos e a indecisão em relação a alguns arranjos foram obstáculos que surgiram ao longo do processo que me fizeram optar por outras atividades de ocasião como treinamentos e produções paralelas. Além do mais, muitas dessas composições me acompanham por vinte anos e sobreviveram ao serem adaptadas para cada formação das bandas que formei ao longo desta trajetória. Isso tudo pode ser visto no meu canal do Youtube (aqui), onde há vídeos com versões anteriores para essas músicas. A Heavinna, embora seja filha bastarda e não reconhecida do Metallica, em se tratando de século XXI se assemelha muito mais ao Guns N’ Roses, mas sem ter o sucesso pregresso que Axl que Cia. tiveram nas últimas décadas do milênio passado.

Em resumo, viver uma vida em preto & branco, de acordo com a minha experiência, é abandonar os sonhos e as ambições mais genuínas para tentar se enquadrar discretamente na sociedade e aproveitar alguma oportunidade profissional para receber um salário que garanta uma existência digna. No rigor da regra, tendo como referência as estatísticas, a vida humana consiste exatamente nessa adaptação ao tédio, ao disponível, ao comum e ordinário. Qualquer um que busque realizar seus sonhos, ir de encontro ao seu propósito, terá que viver uma vida extraordinária, fazendo coisas incomuns, e isso significa pagar um preço que a maioria não se arrisca em tentar bancar.


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